sábado, 12 de janeiro de 2013

Inclusão escolar do aluno com deficiência visual

Introdução Atualmente um dos maiores desafios na área educacional é encontrar estratégias metodológicas para resolver questões relacionadas à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Sendo assim, a partir da definição de Educação Especial, como modalidade de educação escolar, conforme especificado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Brasil, 1996), torna-se significativo uma reflexão da atuação do professor enquanto profissional mediador, informador e formador do processo educacional do aluno com necessidades educacionais especiais. As escolas devem construir uma estrutura interna que possa atender os alunos com necessidades especiais adequadamente, conforme preconizado pela LBD, o modelo de inclusão prioriza que o atendimento às necessidades pedagógicas de todos os alunos se faça no mesmo contexto, com adaptações necessárias e que a aprendizagem desses alunos não dependa unicamente de um programa de ensino adequado, mas também da disponibilidade de recursos pedagógicos e mobiliários adaptados (MELLO; MANZINI, 2003). Considerando o atual contexto sócio-educacional brasileiro, em que a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes de ensino regular tem sido exigida e legitimada por políticas públicas nacionais e internacionais, a formação dos profissionais da educação e, mais especificamente da Educação Especial, tem sido uma questão importante que permeia os debates sobre inclusão. Nesse contexto, é evidente e urgente que a prática pedagógica seja colocada como ponto de reflexão por parte dos pais, alunos e, sobretudo, professores, a fim de que o paradigma da inclusão possa ser concretizado. Ainda que a inclusão da criança com necessidades especiais esteja sendo discutida em uma diversidade de contextos (PEREIRA-SILVA; DESSEN, 2007; FONSECA; CUNHA, 2003), a escola pode ser considerada como o melhor local para promover a inclusão social e educacional destas crianças. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), considera alunos com necessidades especiais aqueles que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter restringidas sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. O documento destaca que as definições do público alvo devem ser contextualizadas e não se esgotam na mera categorização e especificações atribuídas a um quadro de deficiência, transtornos, distúrbios e aptidões. Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a aprendizagem de todos os alunos. É sabido que cada deficiência tem sua especificidade, sendo assim estratégias utilizadas com alunos com deficiência visual são diferentes das utilizadas com outras deficiências. Com isso, estudos devem ser feitos nas diferentes áreas de intervenção junto a alunos com necessidades educacionais especiais e professores no contexto escolar. Especificamente na área de Educação Física, estratégias devem ser discutidas, descobertas, reelaboradas objetivando uma intervenção efetiva na aceitação e participação dos alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de Educação Física. Entretanto, para que a criança com necessidades educacionais especiais seja verdadeiramente incluída na Educação Física, não basta estar no mesmo espaço físico ou participar de algumas atividades, mas ela deve fazer parte do grupo e participar de todas as atividades desenvolvidas durante a aula, mesmo que necessite de ajuda e apoio do professor e/ou dos colegas. Porém este apoio, não deve fazer do aluno uma pessoa dependente da outra todo tempo, ao contrário, deve gradativamente dar-lhe condições de ser mais independente possível, caso isso não ocorra, este apoio ao invés de contribuir, tende a dificultar o processo de inclusão e de autonomia do aluno com deficiência visual. Em meio a essas mudanças no contexto educacional, onde o aluno com deficiência visual frequenta a escola regular, o estudo voltasse na tentativa de responder algumas questões: as aulas de Educação Física no ensino regular estão favorecendo ou não a inclusão destes alunos? As intervenções/adaptações utilizadas pelo professor permitem que o aluno alcance os objetivos das aulas? Nos momentos de dificuldade, quem auxilia o aluno? Considerando essas questões e a crescente importância do tema exposto, este estudo se justifica pela necessidade de observar como a Educação Física vem sendo trabalhada junto ao aluno com deficiência visual na escola regular, na tentativa de identificar se ela esta favorecendo ou não a inclusão desse aluno, bem como, levantar/apresentar possíveis estratégias utilizadas nas aulas pelo professor de Educação Física que tem este aluno incluído. Com isso, o presente estudo tem como objetivos: identificar como a aula de Educação Física vem sendo desenvolvida no ensino regular para inclusão de alunos com deficiência visual; levantar se as atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física favorecem ou não a inclusão de alunos com deficiência visual e como acontece o auxílio a este aluno.