segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cidasde com acessibilidade def visual


Calçadas e Acessibilidades


O artigo 5º da Constituição Federal estabelece o que se convencionou a chamar de direito de ir e vir de todos os cidadãos brasileiros. Ou seja, qualquer pessoa, livre ou não de deficiência ou mobilidade reduzida, deve ter o direito de poder chegar facilmente a qualquer lugar. A liberdade a que me refiro neste caso, é aquela que possibilitaria com que caminhássemos pelos passeios públicos sem nos deparar com desníveis, buracos, inexistência de ligação entre ruas e calçadas, rampas fora dos padrões, lixeiras, pontos de ônibus, bancas de jornais, bueiros destampados, ambulantes e pisos escorregadios.
 Utopia ou não, o fato é que esses casos são ainda muito comuns nas mais diferentes cidades do Brasil. Nos países desenvolvidos a legislação de trânsito prioriza o pedestre facilitando sua travessia e forçando a redução da velocidade dos carros. No Brasil ocorre o contrário. O privilégio concedido aos automóveis chega a criar barreiras intransponíveis para quem está a pé.
 Da mesma forma, nossos passeios públicos deveriam facilitar a circulação dos pedestres e possibilitar com que as pessoas com deficiência e seus familiares encontrassem menos ou nenhuma dificuldade para chegar até atendimentos de saúde, cinemas, igrejas, estabelecimentos comerciais, parques públicos, shows artísticos. Locais comuns e que devem ser frequentados por qualquer pessoa, mesmo aquelas sem condições ou com dificuldades de locomoção. Os passeios sem qualidade e os locais inacessíveis inibem a circulação dessas pessoas, levando-as ao isolamento, forçando-as a se concentrarem em espaços fechados e impedindo-as de sociabilizarem-se.
 As calçadas são os ambientes mais democráticos que existem, já que impulsionam as atividades econômicas. Por meio delas chegamos ao trabalho, ao comércio, aos clubes, aos shoppings. A grande questão é que esses espaços, conforme determinam as leis, são de responsabilidade do proprietário do imóvel e talvez por isso nos deparamos com as mais diferentes situações: pisos inadequados, degraus, raízes de árvores, enfim, passeios deteriorados e, o mais grave, inacessíveis.
 Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000, apontam que mais de 14% dos brasileiros convivem com algum tipo de deficiência definitiva. Esse dado pode aumentar significativamente, se incluirmos aí os idosos, os obesos ou os deficientes temporários, como aqueles que estão com algum membro imobilizado, assim como os milhares que se acidentam diariamente no trânsito de nossas cidades. Um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo revelou que idosos e mulheres com sapato de salto alto são as duas vítimas mais comuns de acidades nas calçadas.
 Os Ministérios Públicos e uma parcela significativa das prefeituras municipais têm feito cumprir as legislações que prevêem que prédios de uso público e coletivo possibilitem acesso a todas as pessoas. Mas, de que adianta ter, por exemplo, um banco com rampas e elevadores acessíveis, se as calçadas, que são a principal forma de acesso a esses locais e aos meios de transportes, são inacessíveis?
 A calçada acessível deve atender aos critérios contidos na NBR 9050/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas), instituições que fiscalizam o exercício ilegal dessas profissões, há vários anos têm executado ações fiscalizatórias em parceria com os Ministérios Públicos Estaduais. Essas iniciativas, inclusive culminaram em ações práticas direcionadas a toda a população, como o Guia Prático para a Construção de Calçadas, elaborado pelo Crea de Mato Grosso do Sul, com o apoio de instituições públicas e privadas. De forma prática e, gratuitamente, o guia chega a todas as classes sociais levando informações atualizadas sobre legislações, pisos adequados, rebaixamento de guias, instalação de mobiliários urbanos e até mesmo as espécies de árvores ideais para esse fim.
 Enquanto nos couber a obrigatoriedade de construir e reformar nossas calçadas ou enquanto os poderes públicos não colaborarem executando os passeios, assim como se faz com a pavimentação asfáltica, não cometeremos erros alegando ignorância, já que temos à mão mecanismos gratuitos para que respeitemos nosso semelhante.
 A questão merece realmente muita atenção. Falamos das cidades que deixaremos para as próximas gerações. As soluções já nos bateram à porta. A construção de ambientes acessíveis deve ser cadeira obrigatória nos cursos de engenharia e arquitetura.
 Os órgãos públicos devem fazer cumprir a legislação e, principalmente, os engenheiros e arquitetos são os responsáveis pelos ambientes construídos. Muito nos cabe e já é chegada a hora de se caminhar olhando para o horizonte e não para baixo, desviando dos obstáculos do caminho.
O artigo 5º da Constituição Federal estabelece o que se convencionou a chamar de direito de ir e vir de todos os cidadãos brasileiros. Ou seja, qualquer pessoa, livre ou não de deficiência ou mobilidade reduzida, deve ter o direito de poder chegar facilmente a qualquer lugar. A liberdade a que me refiro neste caso, é aquela que possibilitaria com que caminhássemos pelos passeios públicos sem nos deparar com desníveis, buracos, inexistência de ligação entre ruas e calçadas, rampas fora dos padrões, lixeiras, pontos de ônibus, bancas de jornais, bueiros destampados, ambulantes e pisos escorregadios.
 Utopia ou não, o fato é que esses casos são ainda muito comuns nas mais diferentes cidades do Brasil. Nos países desenvolvidos a legislação de trânsito prioriza o pedestre facilitando sua travessia e forçando a redução da velocidade dos carros. No Brasil ocorre o contrário. O privilégio concedido aos automóveis chega a criar barreiras intransponíveis para quem está a pé.
 Da mesma forma, nossos passeios públicos deveriam facilitar a circulação dos pedestres e possibilitar com que as pessoas com deficiência e seus familiares encontrassem menos ou nenhuma dificuldade para chegar até atendimentos de saúde, cinemas, igrejas, estabelecimentos comerciais, parques públicos, shows artísticos. Locais comuns e que devem ser frequentados por qualquer pessoa, mesmo aquelas sem condições ou com dificuldades de locomoção. Os passeios sem qualidade e os locais inacessíveis inibem a circulação dessas pessoas, levando-as ao isolamento, forçando-as a se concentrarem em espaços fechados e impedindo-as de sociabilizarem-se.
 As calçadas são os ambientes mais democráticos que existem, já que impulsionam as atividades econômicas. Por meio delas chegamos ao trabalho, ao comércio, aos clubes, aos shoppings. A grande questão é que esses espaços, conforme determinam as leis, são de responsabilidade do proprietário do imóvel e talvez por isso nos deparamos com as mais diferentes situações: pisos inadequados, degraus, raízes de árvores, enfim, passeios deteriorados e, o mais grave, inacessíveis.
 Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000, apontam que mais de 14% dos brasileiros convivem com algum tipo de deficiência definitiva. Esse dado pode aumentar significativamente, se incluirmos aí os idosos, os obesos ou os deficientes temporários, como aqueles que estão com algum membro imobilizado, assim como os milhares que se acidentam diariamente no trânsito de nossas cidades. Um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo revelou que idosos e mulheres com sapato de salto alto são as duas vítimas mais comuns de acidades nas calçadas.
 Os Ministérios Públicos e uma parcela significativa das prefeituras municipais têm feito cumprir as legislações que prevêem que prédios de uso público e coletivo possibilitem acesso a todas as pessoas. Mas, de que adianta ter, por exemplo, um banco com rampas e elevadores acessíveis, se as calçadas, que são a principal forma de acesso a esses locais e aos meios de transportes, são inacessíveis?
 A calçada acessível deve atender aos critérios contidos na NBR 9050/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas), instituições que fiscalizam o exercício ilegal dessas profissões, há vários anos têm executado ações fiscalizatórias em parceria com os Ministérios Públicos Estaduais. Essas iniciativas, inclusive culminaram em ações práticas direcionadas a toda a população, como o Guia Prático para a Construção de Calçadas, elaborado pelo Crea de Mato Grosso do Sul, com o apoio de instituições públicas e privadas. De forma prática e, gratuitamente, o guia chega a todas as classes sociais levando informações atualizadas sobre legislações, pisos adequados, rebaixamento de guias, instalação de mobiliários urbanos e até mesmo as espécies de árvores ideais para esse fim.
 Enquanto nos couber a obrigatoriedade de construir e reformar nossas calçadas ou enquanto os poderes públicos não colaborarem executando os passeios, assim como se faz com a pavimentação asfáltica, não cometeremos erros alegando ignorância, já que temos à mão mecanismos gratuitos para que respeitemos nosso semelhante.
 A questão merece realmente muita atenção. Falamos das cidades que deixaremos para as próximas gerações. As soluções já nos bateram à porta. A construção de ambientes acessíveis deve ser cadeira obrigatória nos cursos de engenharia e arquitetura.
 Os órgãos públicos devem fazer cumprir a legislação e, principalmente, os engenheiros e arquitetos são os responsáveis pelos ambientes construídos. Muito nos cabe e já é chegada a hora de se caminhar olhando para o horizonte e não para baixo, desviando dos obstáculos do caminho.  atribui  aos entes federados, de maneira expressa, a competência quanto à conservação do patrimônio público, in litteris:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
Nesse quadrante, constata-se que lei municipal que disponha ser do particular a obrigação quanto à construção e manutenção de calçadas que porventura sejam contíguas aos seus imóveis, como é o caso da legislação do Município de Natal, padece de inarredável inconstitucionalidade, uma vez que a Constituição Federal de 1988 é expressa ao atribuir a competência do ente público, em cada uma das esferas federativas, para conservar o patrimônio público respectivo.
Resta claro, portanto, que normas com esse conteúdo, por serem materialmente inconstitucionais, precisam ser afastadas do ordenamento jurídico, para que se possa exigir do Poder Público municipal, titular legítimo das obrigações pertinentes aos bens públicos municipais, a obrigação de construir e manter as calçadas urbanas de sua alçada
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme analisado no decorrer deste artigo, as calçadas figuram como bens públicos municipais e, sob essa perspectiva, mostra-se patente a inconstitucionalidade das leis que imputam a responsabilidade precípua pela sua feitura, manutenção e adaptação aos particulares proprietários de imóveis urbanos.
Ressalte-se, ainda, que a atribuição de obrigações aos cidadãos quanto às calçadas que se situam em frente aos seus imóveis, além de ter como consequência jurídica uma afronta à Constituição, tem, como resultado prático, a absoluta ausência de padronização legal dessa parte da via pública, circunstância que inviabiliza a concretização da acessibilidade plena nas cidades. Repise-se, no ponto, que a ausência de acessibilidade acarreta, ainda, outra ofensa à Constituição, uma vez que impede o exercício da liberdade individual de ir e vir das pessoas com deficiência ou com dificuldade locomoção.
Constata-se, portanto, que os Municípios precisam ser formalmente incumbidos da responsabilidade pelas suas calçadas urbanas, de modo a se permitir que a sociedade e os órgãos de defesa dos interesses coletivos possam deles exigir tanto a construção das calçadas, quanto a sua manutenção e adaptação para fins de acessibilidade.
Falta acessibilidade na maior cidade do Norte Araguaia
 
Embora a Lei que garante o acesso a pessoas com deficiência já tenha mais de 10 anos ela ainda não é respeita em sua totalidade.  
Um dos maiores direitos garantidos na Constituição Brasileira é o Direito de ir e vir. Este direito pode ser simples para alguns, porém para pessoas como o locutor Gilberto Marco esse direito lhe é cerceado praticamente todos os dias. É que para um cadeirante a vida na maior cidade do Norte Araguaia não é tão simples.
A falta de acessibilidade aos cadeirantes ainda é uma grande deficiência para a própria cidade. Embora a Lei que garante o acesso a pessoas com deficiência já tenha mais de 10 anos ela ainda não é respeita em sua totalidade.
Obstáculos, calçadas desiguais, sofrimento são este os problemas enfrentados diariamente pelo cadeirante Gilberto Marcos para poder trabalhar.
Andar em Confresa já não algo tão fácil, com ruas esburacadas, asfalta em péssimo estado de conservação e calçadas desniveladas, agora imagine todos estes obstáculos para uma pessoa limitada à cadeira de rodas.
Com quase nem tipo de acessibilidade, os deficiente físicos enfrentam diariamente um grande rally.
Nossa equipe acompanhou o percurso feito por Gilberto Marcos, ao longo de 40 minutos de baixo de um sol escaldante e com uma temperatura acima dos 34 C, o cinegrafista Tiago Nalevaiko e repórter Uasley Werneck percorrem 1 km junto com o locutor de sua casa ao seu trabalho e registram uma cidade praticamente sem acessibilidade.
Em alguns pontos como na avenida centro Oeste nas faixas de pedestre é impossível atravessar uma vez que na calçada não há acessibilidade.
“Neste ponto aqui em frente ao banco do Brasil é impossível travessar, a calçada é muito alta, muita das vezes os motoristas não param para a gente poder passar” disse o locutor Gilberto Marcos ao Agência da Notícia.
Mais para frente outro obstáculos, ao subir na calçada o nível e praticamente o mesmo do asfalto 5 metros depois, como descer com altura da rua de 20 cm.
Após 40 minutos chegamos ao trabalho de Gilberto, onde segundo ele são compensadas todas as lutas do dia a dia para ter o seu encontro diário com o seu público através das ondas do rádio.
A Acessibilidade é tonar o mundo acessível, fazer com que todos possam ir e vim com segurança e autonomia, é o direito de usar espaços que a cidade oferece independente da capacidade de cada um.
A lei (10.098/2000) é clara ao estabelecer normas gerais e critérios básicos para garantir a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mais isso na pratica parece não acontece

MP cobra acessibilidade nos estabelecimentos comerciais

MP cobra acessibilidade nos estabelecimentos comerciais
A fim de garantir o cumprimento de direitos e deveres, o Ministério Público (MP) do Ceará está cobrando acessibilidade nos estabelecimentos comerciais, em especial, nos supermercados. A ação faz parte dos trabalhos do Fórum Permanente de Defesa dos Idosos e das Pessoas com Deficiência.
O procurador de Justiça Luiz Eduardo dos Santos afirma que o objetivo é melhorar a acessibilidade em todos os pontos, incluindo atendimento nos caixas, estacionamentos e banheiros. “As pessoas têm que entender que o problema não será resolvido, apenas, com um caixa específico para idosos e deficientes. Todos os caixas devem ser para esse público, porque o objetivo da lei é dar preferência. A pessoa tem o direito de chegar e ser atendido de imediato”.
Luiz Eduardo dos Santos explica que as filas preferenciais acabam ficando com maior número de pessoas do que os outros caixas de atendimento. Essa, segundo ele, é apenas uma das dificuldades enfrentadas nos estabelecimentos comerciais. Outros pontos são a falta de banheiros adaptados e de vagas para deficientes e idosos.
COMPROMISSO
Para discutir o tema, o MP realizou, neste mês, audiência pública com a participação de representantes de sindicatos dos idosos e dos deficientes e dos supermercados. A partir do debate, os estabelecimentos comprometeram-se a resolver os problemas.
O presidente da Associação Cearense de Supermercados, Aníbal Feijó, garantiu que os idosos vão notar uma grande diferença no setor. “Vamos trabalhar para melhorar o acesso e o atendimento.
Também vamos colocar cartazes pedindo a compreensão daqueles que não são idosos para que não fiquem na fila de quem tem mais de 65 anos. Além disso, faixas serão disponibilizadas nos estacionamentos. São coisas que podemos fazer de imediato”.
Ele disse que em todo o Estado existem, aproximadamente, duas mil lojas e que o trabalho de acessibilidade será feito em todas as unidades.
LEGISLATIVO MUNICIPAL
O vereador Eron Moreira (PV) explicou que a Câmara Municipal de Fortaleza está discutindo a volta do Iplanfor (Instituto de Planejamento de Fortaleza), que vai trabalhar todas as políticas de acessibilidade. “Fiz emenda ao projeto, de iniciativa de Gelson Ferraz”.
Eron Moreira disse que o Brasil é o país das leis, mas não da cidadania. Com relação à acessibilidade, ele considera que Fortaleza deixa muito a desejar.
FÓRUM PERMANENTE DE DEFESA DOS IDOSOS E DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
O Fórum, criado em 2006, tem o objetivo de resolver as dificuldades denunciadas e desenvolver políticas públicas. “Ficar atendendo somente as reclamações pessoais não iria resolver, foi preciso fazer um trabalho mais abrangente, que englobasse muitas pessoas de uma só vez. Dessa forma, surgiu a ideia de agregar os idosos para saber realmente quais são os problemas mais graves”, explicou Luiz Eduardo dos Santos.
O procurador de Justiça assegura que o Fórum faz a defesa dos idosos e dos deficientes, mas com a participação deles. “A partir das audiências públicas, a parte reclamada assina o Termo de Ajustamento de Conduta, comprometendo-se a resolver os problemas”.
Sobre acessibilidade, ele informou que o Fórum já desenvolveu trabalho para o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé de Fortaleza e Câmara Municipal. “Ainda tem o que se fazer, mas houve melhora”.
Todas as ações são feitas com a parceria da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará (Crea/CE). Também existe convênio com a Procuradoria Geral da República no Estado. As audiências públicas ocorrem toda primeira quinta-feira de cada mês, a partir das 15h.
MUDANÇAS NOS SUPERMERCADOS
Eduardo Torres, arquiteto e urbanista, explica algumas mudanças que podem ser implementadas pelos supermercados para melhorar a acessibilidade.
Caixas – Treinar o profissional que irá lidar com as pessoas que têm acesso preferencial, manter largura suficiente para passagem de pessoa em cadeira de rodas e ou com outro equipamento de auxílio à locomoção. Deve-se manter placa visível que indique o caixa preferencial com escrita em alto contraste e letras grandes.
Estacionamentos – Manter as vagas preferenciais mais próximas da entrada do estabelecimento. A legislação municipal prevê número certo de vagas preferenciais baseado na quantidade total de veículos que o estacionamento abrigar. Os espaços devem ser sinalizados conforme instruções da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Filas – A fila não organizada pode constituir uma barreira ao fluxo de pessoas no supermercado na parte próxima aos caixas. O lugar preferencial deve estar sinalizado para que a pessoa saiba onde aguardar.
Piso – Nas áreas externas, o ideal é evitar pisos irregulares (pedra portuguesa, lastro de brita) e com desníveis. O piso também não deve ser liso, mas sim ter um grau de atrito. A irregularidade do piso aumenta a dificuldade de acesso.
Prateleiras – Podem possuir produtos em diferentes alturas. Colocar os preços das mercadorias e as informações com letras em alto contraste com o fundo. As prateleiras podem ter espaço entre si de modo a permitir a passagem confortável de pelo menos dois carrinhos de compras ou duas cadeiras de rodas. Além do que, é necessária uma distância maior para apreciação visual dos produtos.
Banheiros – O ideal é que o supermercado possua banheiros masculinos, femininos e pelo menos um especial (masculino/feminino) para portadores de deficiência. O tamanho tem que ser maior para proporcionar a entrada com cadeira de rodas ou de outra pessoa para auxiliar. Deve-se ter pelo menos uma bancada com altura reduzida para pessoas de baixa estatura ou crianças.

domingo, 7 de julho de 2013

Quem inventou a bengala branca?

Iniciando descrição da imagem...Desenho estilizado com a silhueta de um homem estalando os dedos da mão direita. Sob sua cabeça uma lâmpada acesa. Iniciando texto...
A bengala branca é sem dúvida um dos principais meios de
acessibilidade e o mais importante recurso de mobilidade para o
deficiente visual, tornando-o independente e trazendo a segurança
necessária no seu dia a dia.

Em muitos casos o uso da bengala é o resultado de um processo de reabilitação ou habilitação
em instituições especializadas no assunto. Após este processo a bengala
fará parte do deficiente visual como se fosse um membro ou algo
parecido.

Com tanta importância na vida do deficiente visual me pergunto e não é de hoje, quem inventou a bengala branca?
Perguntei aqui e ali e ninguém soube me responder. O meu consolo? Não
ser a única ignorante no assunto. Mas a curiosidade continuou: quem
inventou a bengala? Quem teve a brilhante ideia de usá-la pela primeira
vez? QUEM?

A surpresa da descoberta
Descobri o óbvio, desde sempre, desde os tempos bíblicos a humanidade já usava um bastão, vara, cajado... essas palavras lhe são familiares? É claro que são, quem nunca ouviu falar do cajado de Moisés abrindo o mar para que os judeus escapassem dos egípcios?

A gente só se dá conta de que era uma bengala quando pensa no
assunto, pois ele o usava em suas andanças pelo deserto, inclusive para
pastorear as ovelhas assim como tantos outros que desvendavam os
mistérios de terrenos bem acidentados como os do deserto com o auxílio
de um cajado.

Iniciando descrição da imagem...Ilustração em tons de cinza de Moisés segurando um cajado. Retornando ao texto...
Se pensarmos um pouco mais, nos daremos conta de que reis, papas e imperadores também usavam e usam um cajado, vara, bengala ou cetro,
que fica mais bonitinho, além de lhes conferir realeza e dignidade,
aliás, podemos pensar nisso com mais cuidado, afinal a realeza é para
poucos, mas a dignidade é direito de todos.

Se olharmos historicamente para a humanidade, veremos que em muitos
momentos as pessoas usavam bastões ou varas como um prolongamento do
braço para desse modo desvendar os obstáculos do espaço à sua frente.

Então, voltando à literatura histórica e bíblica há mais de uma
passagem onde se fala do cajado e ela sempre estava nas mãos de homens
mais velhos, logo, homens com alguma dificuldade visual ou física por conta da idade. Em outros registros em gravuras, nota-se o uso de bastões ou cajados por pessoas cegas.

Há registros dando conta de que pessoas cegas também se utilizavam da
companhia de cães, claro que tudo era feito na base da intuição ou
improvisação. Fica claro então, que terrenos inapropriados impunham aos
cegos a companhia de guias videntes ou a reclusão no ambiente do lar
quando não, em depósitos de gente estranha e diferente.

É bom lembrar que esse estigma nos acompanhou até bem pouco tempo,
embora ainda nos dias de hoje não seja incomum encontrar alguém que
tenha ouvido uma dessas frases: "o que esse cego está fazendo na rua?",
ou "devia ficar em casa!". Aposto que alguém conhece alguém que já
ouviu algo semelhante.

Avançando no tempo
Os tempos mudaram as mentalidades também e graças a isso, escolas para cegos foram abertas e a criação do sistema braille
possibilitou a proximidade dos cegos com as letras, a aritmética ou
matemática, a história e todas as ciências, ou seja, os cegos tinham
para onde ir e onde se instruir, o que lhes faltava era um meio bom e
seguro para fazer essa locomoção.

Na primeira metade do século XX, a volta para casa de soldados cegos,
europeus e norte-americanos, depois da primeira e segunda grande
guerra, provocou o desejo de se fazer algo para a inserção desses
soldados na sociedade, logo perceberam que a locomoção segura e
independente seria o primeiro passo nessa direção e a partir dos avanços
das tecnologias e das iniciativas da época, a história individual e
social da vida dos deficientes visuais mudou radicalmente.

Avanços que mudaram a história dos deficientes visuais até aquele momento
1784 – a criação de escola para cegos, iniciada por Valentin Haüy;
1825 – invenção do Sistema Braille por Louis Braille;
1930 – primeira providência no sentido de serem
usadas bengalas brancas com extremidade inferior vermelha, para
identificar seu portador, suscitar eventuais ajudas pelos pedestres
videntes e alertar os condutores de veículos, foi de George Benham,
presidente do Lion's Club do estado de Illinois, Estados Unidos;
1930 – o Lions Club Peoria Illinois (EUA),
apresentou uma proposta de lei que após ser aprovada foi chamada Lei da
Bengala Branca. Dava prioridade no trânsito ao deficiente visual que
portasse uma bengala branca;
1940 – o norte-americano, Dr. Richard Hoover
(1915-1986), professor especializado no ensino de cegos, engajado na
reabilitação de militares deficientes, desenvolveu técnicas específicas
de locomoção e criou um modelo padronizado de bengala longa, hoje
universalmente adotados;
1970 – foi instituído o dia Internacional da
Bengala Branca de Segurança ("International White Cane Safety Day"), sob
iniciativa da Federação Internacional dos Cegos ("International
Federation of the Blind"), em Paris. Muitos países comemoram esta data
como meio de divulgar as conquistas das pessoas cegas no exercício de
seu direito de locomoção em espaços sejam eles públicos ou privados;
1964 – a Federação Nacional dos Cegos dos Estados
Unidos ("National Federation of the Blind" -- NFB), sob a liderança de
seu presidente, Dr. Jacobus tenBroek (1911-1968), em campanha nacional,
obteve do Congresso norte-americano, a Resolução HR 753, que autoriza o
Presidente dos Estados Unidos a proclamar anualmente o dia 15 de outubro
como o "Dia da Bengala Branca de Segurança", cujo primeiro ato foi
assinado em outubro daquele ano pelo presidente Lyndon Johnson.
O Dr. tenBroek, cego desde tenra idade, brilhante professor
universitário, elaborou um modelo de lei sobre a Bengala Branca, que em
seu primeiro artigo estabelece:
"É política deste Estado
estimular e capacitar os cegos, os deficientes da visão e os deficientes
físicos a participar plenamente da vida social e econômica do Estado e
serem aproveitados em atividades remuneradas".

Essa é a realidade dos norte-americanos, pelo menos em tese, não
conhecemos a realidade deles de fato, mas sabemos que no Brasil, com
exceção dos que ainda têm vergonha, a vergonha faz parte do processo de
muitos assim como outros motivos, veja o que a Marly Solanowski nos conta em seu depoimento que é bem interessante, a bengala é amplamente usada pelos deficientes visuais.

Brasileiro cria bengala eletrônica

Brasileiro cria bengala eletrônica de baixo custo para deficientes visuais
Estudante inventou protótipo para trabalho de conclusão de curso.
Dois sensores vibram quando há obstáculos acima ou abaixo da cintura.

Guimarães criou o protótipo da bengala para seu
trabalho de conclusão de curso (Foto: Divulgação)
O estudante universitário Carlos Solon Guimarães criou um protótipo de bengala eletrônica de baixo custo com dois sensores que avisa o deficiente visual quando há algum obstáculo a um metro de distância. Cada um dos sensores – o mesmo usado em celulares – é programado para vibrar quando há um objeto acima ou abaixo da cintura.

“Quando ambos balançam quer dizer que o obstáculo é grande”, explica Guimarães, que criou o protótipo para o seu trabalho de conclusão no curso de Ciência da Computação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), no Rio Grande do Sul.

Nos Estados Unidos, já existe uma versão de bengala eletrônica vendida por US$ 1,4 mil. No Brasil, outro estudante criou um aparelho parecido, mas que conta apenas com um sensor e sai por R$ 500. “Só a parte eletrônica do meu protótipo, com componentes comprados no Brasil, custa R$ 225, sem contar a bengala”, diz Guimarães, que uso apenas softwares e hardwares de código aberto, ou seja, que qualquer pessoa pode usar e alterar sem pagar nada.

“A bengala foi feita com equipamentos de baixo custo. Isso não quer dizer que ele usou lixo eletrônico. Ele apenas aproveitou tecnologias abertas para fazer a bengala”, explica o professor Carlos Oberdan Rolim, corientador do aluno.
A ideia de Guimarães surgiu por meio de projetos da universidade que buscam alternativas para deficientes visuais. “Ele viu a possibilidade de desenvolver um projeto para que os deficientes não precisem mais ficar cutucando o solo para saber onde estão”, completa o professor.

Como a formatura de Guimarães está marcada para dezembro, ele ainda pretende melhorar o protótipo e estuda como a bengala será colocada no mercado. “Ainda não sei se será uma bengala fixa ao sensor ou adaptada. Espero conseguir investidores e vendê-la por, no máximo, R$ 300”, diz o estudante.

“O trabalho ainda não foi concluído, mas está bem adiantado. A ideia é ter uma bengala realmente formada. O protótipo é feito com canos PVC, por exemplo. Também pensamos em, no futuro, criar um kit para que o deficiente conecte os sensores a sua bengala”, explica o professor Rolim.