quarta-feira, 4 de julho de 2012
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL: QUANDO SOMOS ACESSÍVEIS?
Acessibilidade Atitudinal, nada mais é que a atitude pessoal de cada
indivíduo. Aparentemente é algo simples, mas como veremos no texto
abaixo, ela vai além do discursso, e por isso mesmo faz a diferença
entre estarmos na sociedade como cidadãos que sonos, ou à margem dela,
como cidadãos sem cidadania.
Como abordar um deficiente visual? É uma pergunta provocativa, mas essa é a intenção: “PROVOCAR”.
Se estiver em uma sala, onde também esteja presente um deficiente
visual e precisar passar um recado, uma informação ou aviso pra ele,
como você o faz?
A pergunta pode parecer estranha, mas tenho certeza que você parou para
pensar antes de responder, digo isso por ter feito a mesma pergunta a
muitas pessoas e todas, sem exceção, pararam para pensar no assunto.
Imaginemos uma situação comum...
O ambiente: nada mais comum que uma parada de ônibus, onde pessoas vêm e
vão, vindas de todos os lugares e indo em direção à toda cidade e
pelas mais diversas razões.
Lá está você, esperando por seu ônibus e eis que chega aquela figura com uma bengala na mão e se posta junto às outras pessoas.
O que você faz? Provavelmente se põe a observá-la, não é mesmo? O seu
ônibus não chega e por isso, percebe que dois ônibus passam, e nenhum
deles serve para aquela pessoa.
Como soube disso? Simples: a pessoa fez sinal para os ônibus, que
pararam e abriram a porta, neste momento, você ouve o deficiente fazer
uma pergunta para dentro do ônibus.
Você não ouviu a resposta, pois continua a uma certa distância do
deficiente, a mesma em que estava quando ele chegou, mas pôde ouví-lo
perfeitamente agradecendo e pôde vê-lo voltar o corpo à posição
anterior.
Pensa com seus botões por quê o indivíduo fez aquele movimento de corpo
e chega à conclusão de que o fez para poder ouvir a resposta à sua
pergunta.
Bem, o que você tem de concreto até agora? Uma parada de ônibus, onde
pessoas esperam por aquele que os levará ao seu destino, mas, entre
elas está um deficiente visual.
Estranho? Incomum? Talvez nem tanto. O estranho e incomum é a situação
em si, pois aquele indivíduo não enxerga e portanto não tem como saber
se o veículo que se aproxima é um ônibus, e se for, não tem como saber
se aquele é o ônibus que precisa pegar.
Volto a perguntar: o que você faz nessa situação: segue seu caminho ou se aproxima? Qual é a sua ATITUDE?
Lembra da pergunta do título deste texto: quando é que somos
acessíveis? Se para a pergunta você respondeu: me aproximo do indivíduo
com o propósito de auxiliá-lo, você teve ATITUDE.
A isso, nós damos o nome de ACESSIBILIDADE ATITUDINAL, ou seja, ATITUDE PESSOAL, que se traduz também como solidariedade.
Essa Acessibilidade, vai além do contato eventual em que acabei de
descrever, ela pode estar presente em todos os ambientes: no trabalho e
em ambientes públicos, como uma parada de ônibus, um bar, uma sala de
espetáculos, um restaurante, etc.
Não bastasse isso ser uma questão de educação, solidariedade, ser humano e fraterno, é também uma questão de direito, pois a Lei de Acessibilidade, garante a todos que têm necessidades especiais, um tratamento digno e respeitoso.
Quando em um ambiente público a acessibilidade arquitetônica não
corresponde ao que a lei determina e não por uma questão de cumprimento
de lei, mas para garantir aquele que precisa, ter assegurada a sua
dignidade e segurança, esse ambiente precisa suprir essa lacuna com a
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL.
Reforço porém, minha opinião pessoal de que essa Acessibilidade é,
antes de mais nada, uma questão de educação e respeito por outro ser
humano, independente dele ter ou não uma necessidade especial.
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