sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Testemunho de uma mulher cega guerreira que luta em favor das pessoas com deficiência uma guerreira

Uma guerreira... Ethel Rosenfeld Assim pode ser definida essa que é uma das mais conhecidas e respeitadas figuras do movimento da pessoa com deficiência em nosso País. Com 13 anos de idade, ela teve um diagnóstico de tumor cerebral, mas na hora da operação, os médicos perceberam que não era maciço e optaram por fazer uma punção. O procedimento tocou o nervo ótico e a deixou cega. Além de ter ficado com sério comprometimento motor. Os movimentos ela recuperou com o tempo, mas não a visão, o que a fez dedicar toda sua vida à luta em favor das pessoas com deficiência. "Aos 17 anos quando percebi que apesar de ter ficado cega, eu era uma pessoa privilegiada que continuava tendo tudo que precisava, principalmente o convívio com minha família e amigos, prometi a mim mesma que dedicaria minha vida à causa das pessoas cegas. Especializei-me em educação de pessoas com deficiência visual e Cheguei à universidade, onde cursei Português - Inglês. Concluído o curso universitário, em 1973 alcancei mais uma vitória: fui a primeira professora cega a ingressar no magistério público do antigo Estado da Guanabara. Trabalhei junto à Secretaria Municipal de Educação, Instituto Helena Antipoff, por 15 anos. Em 1987 pedi transferência para a Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Municipal de Medicina Física e Reabilitação Motora Oscar Clark, onde trabalhei 12 anos. Por fim, fui convidada para trabalhar na Fundação Municipal Francisco de Paula, FUNLAR-Rio hoje, Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Na fundação não mais trabalhei com pessoas com deficiência, mudei meu foco e comecei a trabalhar com todas as pessoas, objetivando um melhor relacionamento entre pessoas com e sem deficiência". Hoje, aos 66 anos, Ethel está aposentada, mas continua muito ativa. Agora mesmo trabalha na organização do XV Encontro Brasileiro de Usuários de Dosvox (sistema que permite o uso de um microcomputador comum por pessoas cegas, possibilitando o desempenho de uma série de tarefas), que será realizado em 07 e 08 de setembro próximo, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e mora até hoje. Além disso, desenvolve o projeto de sensibilização "Buscando um Mundo Melhor para Todos", de conscientização da sociedade, em que faz palestras para diferentes públicos. Considerada uma das principais educadoras na área da deficiência visual, foi a primeira professora cega a ingressar no magistério público do antigo Estado da Guanabara. Trabalhou junto à Secretaria Municipal de Educação, Instituto Helena Antipoff, por 15 anos. Em 1987, foi para a Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Municipal de Medicina Física e Reabilitação Motora Oscar Clark, onde ficou por 12 anos. Depois foi convidada para trabalhar na Fundação Municipal Francisco de Paula, FUNLAR-Rio, hoje, Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Ethel sempre esteve presente em manifestações e movimentos em favor da causa. Entre outras atividades, participou do Grupo Nacional de Trabalho que elaborou os artigos que garantem os direitos das pessoas com deficiência nas Constituições Federal, Estadual e na Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro. Integrou ainda o grupo de estudos e redação da Política Nacional de Educação Especial e da Política Nacional de Reabilitação, trabalhos promovidos pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), hoje Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Ethel Rosenfeld - Nessa altura eu estava estudando no Instituto Benjamim Constant, escola especializada para pessoas cegas, já que tudo tinha mudado radicalmente em minha vida. Lá tem uma escadaria para ir às salas de aula. Um dia, quando ia subindo a escada, de repente, me bateu um insight: eu era privilegiada, tinha tudo, pai, mãe, irmãos, uma vida social normal. Fiz um juramento naquele momento: "vou dedicar minha vida a essas pessoas". Eu também era uma cega, mas me considerava diferente por ter tudo, inclusive uma condição social e escolaridade melhores. Aí começou meu desejo de ajudar as pessoas cegas

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