sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Herói do futebol de 5 luta contra rótulo de que ‘agarrar com cego é fácil’

.07/09/2012 15h02 - Atualizado em 07/09/2012 15h02 Destaque por defender duas penalidades na semifinal contra a Argentina, Fábio diz que atuações nem sempre são valorizadas: ‘Pensam que é moleza’ Por Cahê Mota Direto de Londres 5 comentáriosPode parecer estranho, mas um atleta sem deficiência foi o responsável por uma das vitórias mais emocionantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres. Goleiro do futebol de 5, Fábio diz que é apenas “mais um” e que “o esporte é dos cegos”. Entretanto, no duelo contra a Argentina, pelas semifinais, os flashes se voltaram para ele. Como se não bastasse a defesa sensacional em chute de Silvio Velo, que manteve o 0 a 0 nos 50 minutos de bola rolando, o paraibano parou duas cobranças dos “hermanos” e garantiu o 1 a 0 nos pênaltis. Mérito indiscutível, mas o camisa 1 admite ainda ser tratado com certo desdém. Fábio defendeu dois pênaltis e garantiu o Brasil na final do futebol de 5 (Foto: Cahe Mota / Globoesporte.com)Bicampeão paralímpico, Fábio defende a seleção de futebol de 5 há 10 anos, quando deixou o futsal. Amigo de Hulk, Marcelinho Paraíba e Fábio Bilica, todos conterrâneos de Campina Grande, o goleiro revelou que muitas pessoas ainda apontam sua profissão como fácil, uma vez que os adversários não podem enxergar. - Ainda há aquele mito: “Ah, é o goleiro dos ceguinhos, agarrar com cegos é fácil”. Infelizmente, ainda tem isso. Pensam que é moleza, mas a responsabilidade é grande. Ainda mais nas Paralimpíadas. Vestir a camisa verde e amarela não é fácil. Eu fico feliz por ajudar. Sou apenas mais um aqui, o esporte é dos cegos. Tento me manter preparado sempre e pude contribuir. O goleiro apontou as dificuldades de atuar na posição (Foto: Cahe Mota / Globoesporte.com)Fábio, por sua vez, garante que não tem vida fácil e lembra que o futebol de 5 tem suas peculiaridades. Na cobrança por pênaltis, por exemplo, a dificuldade é maior em virtude da imprevisibilidade mesmo após o jogador tocar a bola. - Tenho que sempre esperar o jogador chutar. Não tem como tentar observar o corpo ou o pé. Não dá para ler a batida. Ele pode virar o pé para um lado e a bola ir para o outro. Então, eu espero. O pênalti mal batido eu pego, o resto é mérito deles. Ricardinho: ‘Estamos passando por muitas dificuldades’ Graças as defesas de Fábio nas cobranças de Sacayan e Padilla, o Brasil encara a França na disputa pelo ouro neste sábado, às 11h45m (de Brasília). Campeão nas duas únicas edições em que a modalidade fez parte dos Jogos (Atenas-2004 e Pequim-2008), os brasileiros defendem a invencibilidade e têm em Ricardinho uma das grandes esperanças para levar o tri. Ciente de sua responsabilidade, o camisa 10 falou sobre a campanha em Londres e deixou no ar que problemas de bastidores fazem parte da realidade. - De fora as pessoas não sabem, mas temos passado por muitas dificuldades e estamos superando. São coisas que ficam mais na parte interna, algumas lesões... Posso dizer que o time é realmente de guerreiros e merece estar onde está. Todos são muito humildes. Não há soberba, arrogância... Admiro muito meus companheiros. Jefinho é um dos destaques do time brasileiro (Foto: Cahe Mota / Globoesporte.com)Melhor jogador do mundo na atualidade, o baiano Jefinho é outro destaque do Brasil. Contra a Argentina, porém, ele ficou a maior parte do tempo no banco por sentir dores nas pernas. Nada que vá atrapalhá-lo na final, garante: - Estou sentindo dores na perna que estão me incomodando durante todo campeonato. É uma dificuldade, mas estou fazendo tratamento intensivo para melhorar. Agora, é a final. Tenho que esquecer isso. Foi um sacrifício chegar, então tenho que esquecer e dar tudo dentro de quadra. Brasil e França já se enfrentaram nos Jogos de Londres e ficaram no 0 a 0 em partida válida pela primeira rodada da fase da grupos.

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